Apresentação

Objectivos e programa científico da rede

Portugal possui massa crítica em redes de comunicação. Alguns dos promotores desta rede temática trabalharam primeiro na digitalização das redes de telecomunicações e nas redes de circuitos. Quase todos trabalharam em ATM e em redes IP. Arquitecturas, sinalização, qualidade de serviço, gestão e planeamento de redes são algumas das áreas normalmente tratadas. Como resultado destes trabalhos foram produzidos no passado dezenas de protótipos e produtos que incluiram normalmente o desenvolvimento de muito software e não requereram investimentos elevados. Foi também formado nesta área um número significativo de licenciados, mestres e doutores cujo desempenho em, por exemplo, projectos europeus se tem revelado de elevada qualidade. Juntos, teremos já participado em dezenas, senão mesmo centenas, de projectos de investigação aplicada.

Nos últimos anos as actividades dos promotores da rede orientaram-se para as redes de comunicações sem fios com suporte de mobilidade. Na origem desta re-orientação encontra-se o forte financiamente europeu canalizado para esta área e a existência de um número relevante de problemas de I&D por resolver. A forte adesão dos portugueses aos telefones móveis fez com que alguns dos nossos operadores desenvolvessem conhecimento e produtos próprios o que terá impulsionado ainda mais as actividades de I&D neste campo. Nesta área das (redes de) comunicações móveis, e muito por força do conhecimento anteriormente existente, existem também desempenhos interessantes. A regularidade com que, por exemplo, começamos a aparecer nas melhores revistas da especialidade é disso um indicador.

As redes de comunicação móvel distinguem-se das redes fixas sobretudo em 2 aspectos: o terminal move-se, e as características das ligações rádio usadas (débito, BER) variam com o tempo. A generalidade dos problemas científicos endereçados por esta rede temática estão relacionados com estes aspectos e são enquadráveis em 2 temas actuais: redes de 4ª geração (4G) e redes ambiente.
As redes 4G assumem que um terminal portátil deve estar “sempre bem ligado” à rede. Significa isto que um terminal pode possuir múltiplas interfaces de rede, de diferentes tecnologias rádio, que vão sendo usadas à medida das necessidades do utilizador de forma automática e, eventualmente, simultaneamente. Este tipo de redes pressupõe ainda que a informação é transportada sob a forma de pacotes de dados. Os problemas associados às redes 4G incluem o suporte da mobilidade, o encaminhamento do tráfego, o fornecimento de qualidade de serviço incluindo a gestão dos recursos rádio, a segurança e a contabilização do tráfego. Redes ad-hoc e redes móveis são consideradas. Os aspectos relacionados com o planeamento, gestão e operação deste tipo de redes serão também muito importantes.

As redes ambiente sustentam, sob o ponto de vistas das comunicações, um conceito designado de inteligência ambiente. Este último, representa uma visão do futuro em que as pessoas se encontram imersas de ambientes que são sensíveis e reagem à sua presença. Assume-se que pessoas transportam consigo pequenos dispositivos que se encontram embebidos no seu vestuário ou no seu corpo, e comunicam entre si através de redes pessoais. Estas últimas, compostas por ligações rádio, devem estabelecer relações de comunicação com as redes envolventes, que incluem aspectos de composição, segurança e mobilidade. Novos paradigmas de comunicação, como por exemplo redes com indirecções, podem aqui também ser enquadrados.

Problemas específicos que a rede pretende resolver

• A cooperação efectiva e a integração de esforços de diferentes grupos e instituições em torno das problemáticas enunciadas;
• A mobilidade de investigadores entre diferentes instituições de investigação;
• O desenvolvimento de programas integrados de formação científica avançada;
• A troca de conhecimentos e de experiências entre investigadores de diversas instituições;
• A rentabilização em rede de equipamentos científicos de uso comum, nomeadamente demonstradores;
• A transferência de tecnologia e os mecanismos de disseminação do conhecimento entre o sistema científico e os seus utilizadores;
• A construção de visões partilhadas de desenvolvimento estratégico nesta área;
• A organização do sistema científico nacional para uma participação mais sólida e eficaz em redes transnacionais.

Temas tratados pela rede

Redes 4G

• Mobilidade, encaminhamento do tráfego, segurança
• QoS, RRM, contabilização do tráfego
• Redes ad-hoc, redes móveis
• Planeamento, gestão e operação de redes

Redes ambiente

• Suporte do conceito de inteligência ambiente
• Composição de redes, segurança, mobilidade
• Redes de sensores
• Novos paradigmas de comunicação